quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Não avassalador, mas bom como nunca antes.

Filme é o tipo de coisa que nunca enjoa. Eu pessoalmente sou fã de comédias. Aprendi a rir do humor americano que sempre nos foi servido semi-fresco em latas muito bonitas. Adoro aquela coisa que existe nos diálogos de lá que não existe aqui: a possibilidade extremamente rica de poder dizer algo e sair da cena, sem que a pessoa fique gritando "Isabel! Isabel! Volta aqui Isabel!" (carái... férias fazem coisas com as pessoas). Por que não aproveitar a deixa e pensar no que a pessoa que já não está mais na cena disse por último? A idéia é toda essa! REFLITA!... Acho que isso dá um jogo, um ar diferente pro filme, uma coisa de mistério, mas que tem suas utilidades numa comédia, sem dúvidas.
Não acho, sinceramente que precisamos imitar o que gringo faz em tudo. Mas se tem algo que deveríamos tentar trazer para as nossas produções é o timing pra comédias. E também um jeito mais eficiente de amarrar a trama. Não sou crítico de cinema, não sou cineasta, mas de tanto assistir a filmes, a gente acaba entendendo o que é e o que não é bom. O cinema brasileiro, ainda assim, têm trazido surpresas muito gratas nos últimos tempos.
Graças a Deus passou a fase do olhem-para-minhas-feridas-expostas-chamadas-nordeste. Era um saco filme brasileiro só servir pra causar pena. "Central do Brasil" é um PORRE! Se eu tivesse assistido ao "A vida é bela" antes da cerimônia do Oscar (que ano foi?) eu teria feito até faixa pra torcer pelo Beligni. Quando não era pra causar pena, era pra escranchar. Filme brasileiro que não entrava no gênero mãe-da-seca sempre foi sinônimo de pornografia. Comédia brasileira era sinônimo de chanchada maquiada.
Ontem assisti "Avassaladoras", na Globo que tem muito do americano "Tudo pra ficar com ele". A história é clichê puro, mas há muitos momentos engraçados (talvez por serem tão americanamente simples). Só que o que começa bem vai se embolando no final (assim como "Deus é Brasileiro", pra citar só um) e a gente perde um pouco da expectativa, começa a ficar monótono.
O bom que é que a tendência é só melhorar. Os filmes que têm sido produzidos recentemente já trazem uma boa parte da origem de suas histórias na ficção, o que é um ponto extremamente positivo. Mais panis et circenses e não só tanta realidade crua.

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