Chegou ao fim. 2006 já era. Foi bom enquanto durou. Bão pa daná, eu diria. Agora tá vindo 2005: vou estar no terceiro período de faculdade, namorando minha Carla há dois anos e nem imaginanado que em 2006 trabalhei no Banco, fui à praia, minha irmã nasceu. No próximo ano, 2004, vou entrar na faculdade. Talvez eu faça Letras, mas só porque tem alguma coisa a ver, mesmo que de longe, com tradução, que é o que eu realmente quero estudar. Carla tá pensando em fazer Biologia.
Eu sei que ultimamente não tô atualizando o blog como gostaria. Na verdade não tô tendo tempo nem pra viver minha vida 100%, imagine escrever sobre ela. Mas esse evento eu precisava relatar. Acompanhe o processo, como eu o vivi:
25/Outubro, 19:46
Meu celular toca, mas não estou na sala (acho que tinha ido no banheiro, não sei). Quando chego as meninas que estudam na minha sala me avisaram do ocorrido e vi que havia sido minha mãe. Não liguei de volta, porque estava em aula. Ligaria depois.
25/Outubro, 20:13
De novo minha mãe liga e é hora de intervalo de aulas. Atendo. Do outro lado da linha ela me pergunta a minha senha. "Que senha, mãe?" - pergunto eu com meu tom de "Ai, ai, ai,... o que foi agora?"
- A senha. Tá aqui 'login' e seu nome. Aí precisa da senha.
- Que senha? A da internet?
- É. Pra ligar o computador.
- Mãe, cê sabe que minha área no computador não tem senha, é só clicar no meu nome.
Quis saber o que ela estava tentando fazer e foi então que meu coração gelou:
- Eu fui fazer uma configuração, porque não tava entrando na internet aí pediu pra reinicialiar - nessa hora meu coração gelado começou a trincar. Ela fez uma configuração? O que será que ela instalou? Ou desinstalou? - Agora tá pedindo sua senha. Tem um botão 'OK' aqui...
- Mãe, já tá aprecendo aí o 'Iniciar'?
- Não tá tudo preto.
Aí eu pensei: "Lascou". Tentando não demonstrar meu pavor esfriei a voz:
- Faz o seguinte. Desliga o computador e não mexe mais. Quando eu chegar em casa eu olho isso.
- Mas eu tô precisando olhar um negócio na internet!
- Mãe! Desliga! Eu preciso ver o que aconteceu primeiro. Tchau.
- Tchau.
25/Outubro, 20:20
De novo o celular.
- Filho, já tá tudo certo com o seu computador, apareceu o 'Iniciar', só num tá conectando na internet, mas eu vejo isso amanhã.
- Como assim, mãe?! O que você fez?
- Ah, cliquei no 'OK' e entrou.
- ...
- ...
- Tá. Então desliga e não mexe mais. Eu preciso ver o que foi que você fez.
25/Outubro, 23:52
Finalmente cheguei perto do paciente. Em coma induzido desde a última ligação, pude finalmente consultá-lo e fazer meu diagnóstico. Não consegui acreditar que ela ativou um dispositivo de rede que eu tinha desativado, instalou um protocolo NetWare nesse dispositivo, desativou a tela de boas vindas do Windows e consequentemente o Quick Switch de usuários do XP. Não satisfeita ainda conseguiu entrar na internet (vi o Histórico de navegação), mesmo eu pedindo pra esperar. COMO ASSIM, MÃE? PIROU?
(F. Heitor/F. Oliveira/C. Schwenck)
Ela me diz adeus
Ela me faz sofrer
Eu perco tempo
Eu perco o senso
Eu não entendo mais
Eu quero ser feliz
Eu quero um outro olhar
Não quero mais sonhar
Eu quero
(Refrão)
Respirar, sentir o vento
Ir além
Sem medo de não te impressionar.
Acordar e ver que posso
Sem você
Porque eu não preciso mais me sujeitar.
Quando puder, assista a esta animação. É sobre os jogos olímpicos e mesmo fora de época (Olimpíadas são quando? Daqui a dois anos?) é show.
...e com ele voltamos a ser visitantes nessa terra de riquezas. Não pertencemos a este lugar. Por isso o escárnio.
Voltamos à rotina, à vida regular. Essas pinturas nas ruas e as bandeirinhas agora dão um ar melancólico pra paisagem, me fazem pensar em como somos bobões. Meu pai tava assistindo o jogo na rua e veio para casa vinte minutos antes do fim do jogo. Chorou quando acabou. Hoje a bandeira já não tava mais presa na moto.
Amanhã estaremos todos como naquele desenho do Pica-pau, quando o urso fazia cara de coitado (aparecia uma barba, olheiras, bunda pra baixo, corcunda aparente).
Na sexta era "França? Que Zidane a França!". Hoje a nação tá com uma baguete francesa enfiada goela abaixo. Sem manteiga.
Nem vou falar que isso é bom pro brasileiro largar de ser brasileiro só na copa (fora a macaqueirice - duvido que haja bandeiras pintadas e bandeirinhas espalhadas na Itália, só pra citar um dos europeus). Num falo porque brasileiro não aprende com as adversidades. Brasileiro em copa é tão (se não mais) arrogante quanto argentino. Viram as propagandas da cerveja argentina que se dizia "anti-patrocinadora" oficial da seleção brasileira? Viram o comercial do Maradona tomando guaraná? Sem comentários.
PS: Confesso: o Brasil perdeu por minha causa. Eu estava usando a mesma cueca que usei na final de 98.
Tem um outdoor por aí (propaganda de sapato?) que tem a frase "All you need is love". Tudo de que você precisa é o amor. E eu sei que é uma frase de uma música dos Beatles. Daí que basicamente tudo que leio ou ouço me traz alguma música e depois fico cantando, às vezes sem nem lembrar onde começou ou por que lembrei daquela música (sai cada tosquera...).
Outro dia alguém no trabalho disse "vai estourar uma bomba". Pouco depois, adivinha quem tava assobiando "Para dançar isso aqui é BOMBA!"?...
Todo dia, quando passo perto daquele outdoor, começo a cantar "All you need is love!/You got it...". Hoje me dei conta de que na verdade a música é "Anything you want/You got it..." (se chama "You Got It", do Roy Orbison). Nem sei se a melodia é parecida. Mas encaixou tão direitinho... Então resolvi escrever esta nota super útil aqui no blog para você nunca cometer o mesmo erro. A dos Beatles é assim:
All You Need Is Love - (Ouça)
(Lennon/McCartney)
"Love, love, love, love, love, love, love, love, love.
There's nothing you can do that can't be done.
Nothing you can sing that can't be sung.
Nothing you can say but you can learn how to play the game
It's easy.
There's nothing you can make that can't be made.
No one you can save that can't be saved.
Nothing you can do but you can learn how to be in time
It's easy.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
Love, love, love, love, love, love, love, love, love.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
There's nothing you can know that isn't known.
Nothing you can see that isn't shown.
Nowhere you can be that isn't where you're meant to be.
It's easy.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love, love is all you need.
All you need is love (all together now)
All you need is love (everybody)
All you need is love, love, love is all you need."
Madonna
"There are too many questions
There is not one solution
There is no resurrection
There is so much confusion
And the love profusion
You make me feel
You make me know
And the love vibration
You make me feel
You make it shine
There are too many options
There is no consolation
I have lost my illusions
What I want is an explanation
And the love profusion
You make me feel
You make me know
And the love direction
You make me feel
You make me shine
You make me feel
You make me shine
You make me feel
I got you under my skin
There is no comprehension
There is real isolation
There is so much destruction
What I want is a celebration
And I know I can feel bad
When I get in a bad mood
And the world can look so sad
Only you make me feel good
I got you under my skin
And the love profusion
You make me feel
You make me know
And the love intention
You make me feel
You make me shine
You make me feel
You make me shine
You make me feel
I got you under my skin
And I know I can feel bad
When I get in a bad mood
And the world can look so sad
Only you make me feel good"
De repente (eu sei, leitor... começar com um "de repente" é dureza, mas eu quero que você entenda quão de repente aconteceu) ela entrou correndo no salão e, esbaforida como não podia estar, berrou:
- Água!!!
Os olhares todos se voltaram. A música parou. Um corredor humano se abriu, revelando, na extremidade oposta à dela, o rosto perplexo do governador.
- Como assim, mulher? - gritou ele (era um salão descomunal).
- Muita!!! - disse ela, tremendo ainda mais agora - Onda!!!
O burburinho com muitos "Ela surtou!" e "Dessa que ela bebeu eu não achei ainda nessa festa" começou a aumentar tanto, que logo não mais se pode ouvir as palavras. Na verdade as próprias palavras tinham parado e agora os olhares perplexos eram unânimes. Depois disso, só um grito:
- TSUNAAAA...
- Eu e Carla cantamos na faculdade num evento em homenagem ao dia da mulher. A música foi "Maria, Maria" (Milton Nascimento/Fernando Brant). Para a produção do clipe do telão saímos, eu e ela, pela faculdade pedindo às mulheres (estudantes, professoras, secretárias, todas!) permissão para filmar seus rostos. Todas deixaram, claro (mas só depois de fazer muito charme!). Abaixo algumas stills do clipe:
- Ah, minha irmã já tem dois meses e dois dias:
Olha o irmão e a irmã aí:
E lá se foi 2005!
Dois mil e seis chegou com novidades pra mim. As portas estão se abrindo, cada vez mais, e eu agradeço a Deus por isso.
---
Pra marcar a mudança de ano, aqui estamos nós, os três casais, na casa de Genyffer no Réveillon:
