segunda-feira, 23 de março de 2009

Experiências individuais

Há coisas na vida que não podem ser descritas. Se você tenta descrevê-las, o encanto se perde. Não passa da sua boca. Há coisas que possuem uma importância individual, por que constituem experiências individuais. A cada dia percebo o quanto essas experiências estão presentes. Há cada dia me dou conta de que não há experiências verdadeiramente coletivas. É tudo individual. Mesmo que para eu formar meu conceito individual haja a necessidade de um contato coletivo. Um exemplo disso é o mar. Como o mar é coletivo e ao mesmo tempo individual! Eu me perco lá dentro, de marola em marola. E pode esquecer de mim: só reapareço quando sinto fome (outra experiência individual). O mar me causa sensações que nem vou me dar ao trabalho de tentar descrever aqui, por que se eu o fizer, não conseguirei transmitir o encanto que elas têm pra mim. Não passaria da minha boca.

domingo, 15 de março de 2009

Perfeita.

Perfeita. Não vou pra TIM por causa da propaganda, mas que é uma obra prima, é:


sábado, 7 de março de 2009

Tem hora que o Google não sabe de nada...

"Pula, sapo! Pula, sapo!
O jeito é pular.
Enquanto você pula, sapo, a vida vai passar...
Pula pra cá, pula pra lá
Não para de pular.
Enquanto você pula, sapo, a vida vai passar."
Digo isso só pra evitar que isto aconteça de novo:

quarta-feira, 4 de março de 2009

O dia em que todo o iogurte de morango se desintegrou.

Eu estava ansioso pela reação das pessoas. Ser o primeiro a saber daquele acontecimento foi estranho pra mim, porque para que eu pudesse contar aos outros, eu tinha que entender o que viria e veria. Mas aquilo não me entrava na cabeça também. O fato estava entendido. O que iria acontecer, quando iria acontecer. Mas por quê? Qual seria o objetivo deles ao fazer aquilo? Eu não conseguia conceber a razão. E por que só de morango? Que substância estranha teria passado décadas, talvez centenas de anos entre nós que não mais, de uma vez por todas, definitivamente não mais pudesse existir? Minha cabeça vagava entre as mais bizarras teorias que pudessem justificar aquela atitude deles.
Mas eu não tinha sido chamado para entender a história, e sim para disseminá-la. Isso ficou bem claro para mim quando recebi a segunda mensagem. Apertei o passo, para chegar logo à multidão que me esperava, em frente ao mercado. Um microfone tinha sido improvisado para que todos pudessem me ouvir. Uma massa ofegante de pessoas me olhava como se eu tivesse a resposta mais lógica, mais plausível para o que iria acontecer, já boato na boca de todos. Mas naquele momento eu só pude repetir, palavra por palavra, tudo o que me havia sido dito.
A busca por lógica gerou gritos naqueles que tentavam, como eu antes também tinha tentado, entender o que aconteceria em alguns minutos.
Alguns ainda bebiam os últimos goles de todo o estoque de iogurte de morango da cidade. Pelo celular fui informado de que o canal que eu utilizaria para comunicar o fato em escala nacional estava aberto. A imprensa trataria de continuar a espalhar o fato mundialmente. Novamente me apossei do microfone e repeti as instruções, tentando transparecer credulidade.
A hora anunciada se aproximava lentamente. A cada minuto que passava, mais eu sentia o peso dos olhares sobre mim. Quem ele pensa que é? Quem ele acha que vai acreditar nessa história? Mas mesmo aqueles que duvidavam de mim se deram conta da veracidade do que eu contei quando começou a ventar mais forte. Uma garoa fina começou a cair e silenciosamente a multidão acompanhou no relógio os últimos segundos. Um estrondo trouxe gritos histéricos de pânico entre os presentes. De repente, agora em silêncio, os estômagos antes cheios não mais continham uma gota sequer de iogurte. As prateleiras tombaram com a força da ação invisível que desintegrou todo o iogurte de morango que existia.