domingo, 28 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Um novo começo
Os primeiros raios de luz atrás das montanha anunciavam que o tempo havia se esgotado. Comte sentia dor e isso o deixava feliz. Sentir agora, seja dor ou o que fosse, significava ter sobrevivido. Do emissor nada havia sobrado. Anne, Airtom e Clarêncio estavam caídos, e não era possível saber, daquela distância, se ainda respiravam. Comte tateou o chão procurando o comunicador. Também poderiam haver sobreviventes na parte norte da cidade.
- Comte chamando! Comte chamando! Alguém na escuta?
Apenas um chiado podia ser ouvido. Alguns instantes depois Comte pode ouvir o que parecia ser a respiração de alguém.
- Comte chamando! Quem está aí?
Quase inaudível, veio a resposta:
- Renato... Todos os outros estão mortos... Acho que também estou morrendo.
- Aguente firme, Renato. Me dê sua localização e vamos até aí.
- Estou na igreja.
Comte não entendeu. Ele estava em frente à igreja. Antes da ativação do emissor, porém, Renato e o resto do segundo grupo estavam a pelo menos 5 kilômetros dali.
Comte conseguiu se levantar e chegar até os outros. Airtom e Clarêncio estavam mortos, seus corpos com queimaduras severas causadas pela ação do emissor. Anne, longe alguns metros, respirava com dificuldades.
- Anne! Anne! Estamos vivos!
- Não consigo mover minhas pernas.
- Agarre-se no meu pescoço, vou te levar para a Igreja. Renato já está lá.
- Mas eles estavam na parte norte!
- Eu sei. Vamos saber dele o que houve.
Comte mal conseguia se sustentar, mas reuniu suas forças e ergueu Anne, levando-a para dentro da igreja. Pelos escombros não era possível ver muito, e não havia luz natural suficiente para permitir ver onde estava Renato. Comte gritou chamando, mas não obteve resposta. Neste momento seu comunicador começou a chiar, e ele ouviu o que pareciam ser pedidos de socorro.
- São o Airtom e o Clarêncio! - disse Anne.
- Eles estão mortos. Renato me disse que os outros também estavam.
Assim disse Fellippe às 09:23 0 comentários
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